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O que é Memória Organizacional?

Atualizado: 12 de ago. de 2023

Descubra ainda quais vantagens competitivas ela pode proporcionar para organizações sem fins lucrativos, instituições de ensino, saúde, cultura e esporte



Acervo de cartazes do Sesc Memórias, iniciativa de memória organizacional do Sesc São Paulo

Neste cenário de constantes mudanças e avanços tecnológicos, a capacidade de reter e acessar informações valiosas torna-se uma vantagem competitiva essencial para garantir a sobrevivência e o sucesso das organizações no futuro. A memória organizacional desempenha um papel estratégico ao permitir que as instituições preservem e aproveitem de forma planejada e orientada sua história, conhecimento e experiências acumuladas ao longo do tempo.


Neste artigo, você vai descobrir o que é memória organizacional e como ela pode impulsionar o desenvolvimento de diversas instituições, desde organizações sem fins lucrativos até instituições de ensino, saúde, cultura e esporte. Você também vai entender como usar os projetos de memória organizacional de forma estratégica com auxílio de profissionais especializados e conhecer exemplos de instituições que já fazem isso.


A memória organizacional pode ser um pilar essencial para a resiliência e o crescimento das organizações no cenário dinâmico do século XXI. Se você quer saber como, continue a leitura.


O que é memória organizacional?


Também conhecida como memória institucional, a memória organizacional é um conceito relacionado à capacidade de uma organização de zelar por sua história e pelo conhecimento construído e acumulado ao longo de sua trajetória. Essa prática tem como objetivo reter a experiência e aprendizados adquiridos para beneficiar o futuro da instituição.


A memória organizacional e a memória empresarial são conceitos relacionados, mas com enfoques ligeiramente diferentes. Enquanto a primeira se aplica às organizações em geral, independentemente de sua estrutura ou natureza, a segunda é um subconjunto específico que se refere à história e ao conhecimento de uma empresa ou corporação.


A memória organizacional pode ser estruturada como um projeto, um centro de memória ou uma área dentro da organização, sendo responsável por reforçar sua identidade e reputação, por atuar como instrumento de gestão em diversas áreas, fortalecer o relacionamento e os vínculos com stakeholders e assumir a responsabilidade histórica e social.


Memória organizacional é para quem?


Diversos tipos de organizações podem se valer da memória organizacional como ferramenta estratégica. Dentre as instituições que podem se beneficiar estão:


Organizações Sem Fins Lucrativos:

Câmaras de comércio, associações de comunidades imigrantes e organizações não governamentais (ONGs) que desenvolvem atividades sociais, ambientais ou de ajuda humanitária podem se beneficiar dos projetos de memória organizacional para aprimorar a gestão, aumentando a efetividade de suas ações e impacto positivo que geram, além de trabalhar sua reputação perante a sociedade.


A Raiz Projetos e Pesquisas de História desenvolveu um trabalho de resgate da trajetória da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, a SwissCam. Através da compilação de depoimentos e da seleção criteriosa de cartas, fotografias, relatórios e revistas armazenados tanto na sede quanto no storage da instituição, um site comemorativo foi desenvolvido para celebrar os 75 anos de história da câmara. Dessa maneira, a SwissCam divulgou para o público geral sua longa trajetória de apoio à comunidade suíça no Brasil. Além do mais, a história dos associados também foi contemplada, uma vez que a documentação histórica do seu acervo contava com notícias e anúncios das empresas que dela faziam e fazem parte.


Instituições de ensino:

Universidades, faculdades, escolas de ensino regular, escolas de cursos livres e outras instituições de ensino podem aproveitar o potencial de projetos de memória organizacional para preservar conhecimentos de pesquisas, materiais de ensino, metodologias pedagógicas e experiências dos docentes, além de estreitar relacionamento e vínculo com seus alunos, professores e colaboradores, atrair novos públicos e aprimorar seu employer branding.


A Escola Lourenço Castanho, fundada em 1964 na cidade de São Paulo, tem um centro de memória que guarda fotografias das atividades da escola, cadernos pedagógicos, livros didáticos de várias épocas e até mesmo cadernos dos alunos. No dia a dia da instituição, os alunos vão com seus professores ao centro de memória para investigar como era a aprendizagem em outras épocas.


Vitrine com apostilas, fotografias e livros didáticos do acervo histórico do centro de memória da Escola Lourenço Castanho

O projeto de memória institucional do Senac-SP também está estruturado em um centro de memória. Fotografias históricas e informações sobre a evolução da educação profissional no Brasil e a participação do Senac no setor são divulgadas nas redes sociais. Esses conteúdos ajudam alunos e professores a perceberem a reputação da instituição e a sua importância.


Instituições de saúde:

Hospitais, clínicas médicas, laboratórios de medicina diagnóstica, casas de repouso e centros de reabilitação podem utilizar projetos de memória organizacional para compartilhar internamente informações sobre a evolução de procedimentos médicos, diagnósticos e tratamentos, para subsidiar pesquisas científicas e para fortalecer sua imagem perante seus pacientes.


A Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha, na cidade de São Paulo, foi fundada em 1940 com o objetivo de conciliar a qualidade no atendimento médico e a sensibilidade para oferecer atenção conforme a necessidade de cada paciente. Na recepção, uma linha do tempo estampa as paredes e uma pequena vitrine com aparelhos oftalmológicos de todos os tempos estão expostos. Nas paredes, há quadrinhos com as primeiras receitas de óculos e os cartões de visitas dos oftalmologistas que atendiam e atendem até hoje na clínica. Um livro disponível para os pacientes que esperam a consulta apresenta o percurso da instituição, dos pacientes famosos (Pelé foi um deles!), e traz fotografias e outros documentos históricos que atestam os acontecimentos. Assim, ao entrar na clínica, o paciente acompanha a evolução e também a solidez da trajetória da família e da sua prática médica.

Recepção da clínica Dr. Moacir Cunha tem uma vitrine e uma linha do tempo que conta sua história

Instituições culturais:

Bibliotecas, museus e centros culturais podem aproveitar a memória organizacional como uma ferramenta valiosa para gestão eficiente de coleções e enriquecimento da curadoria de exposições. Além disso, os projetos de memória organizacional apoiam a pesquisa e a tomada de decisões e também promovem o engajamento do público e das equipes, podendo colaborar com os processos de sucessão da gestão de forma mais eficiente, garantindo que os conhecimentos e a cultura organizacional sempre serão transmitidos aos novos colaboradores.


Ao registrar o conhecimento e a história da instituição, a memória organizacional também fortalece a identidade e a missão cultural, atendendo melhor às necessidades da comunidade.


O Sesc Memórias é um exemplo disso. Por meio de pesquisas, tratamento e gestão dos documentos históricos, enriquece a concepção de cada uma das exposições criadas nas unidades fornecendo informações e peças do seu acervo. Na comemoração dos 40 anos do Sesc Pompeia, o Sesc Memórias colaborou com a curadoria da exposição, fornecendo informações sobre o histórico da unidade e documentos, sendo que alguns foram expostos na montagem.


Instituições esportivas:

Clubes, times de futebol, associações e federações esportivas e ligas de diversos esportes podem se beneficiar da memória organizacional para ter uma base sólida para aprendizado contínuo, inovação, gestão eficiente e tomada de decisões com base em dados. Além disso, é possível usar documentos históricos como gatilho de memória afetiva dos torcedores.


No Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o São Paulo Futebol Clube cuida da sua memória organizacional em um arquivo histórico coordenado por um historiador-torcedor. Além de atender cotidianamente as pesquisas do público interno das áreas de marketing, comunicação e RH, o arquivo também atende o público externo, formado por pesquisadores, imprensa e torcedores.


Entre outras ações, o arquivo também subsidia o museu do clube com informações, dados e documentos históricos para exposição. O arquivo foi responsável ainda pela Bíblia do São-paulino, uma publicação formada por um livro com a história do clube e fac-símiles de documentos históricos do São Paulo e de seus jogadores.



Fac-símiles da Bíblia do São-paulino, produzido junto com o Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube

Como usar a Memória Organizacional de forma estratégica?


Para usar a memória organizacional de forma estratégica é preciso realizar uma série de atividades, que podem ser divididas em dois grandes grupos: a organização e a extroversão de acervos históricos.


Na organização de acervos históricos institucionais, a coleta e o gerenciamento de documentos históricos é o foco principal. São parte deste bloco atividades como recolhimento do acervo, higienização, classificação, catalogação, acondicionamento e digitalização. Já na extroversão, a disponibilização e o uso dos documentos históricos organizados, dos dados, informações e experiências adquiridas pela instituição ao longo do tempo são o objetivo final. Brindes, exposições e museus, livros e outras publicações, bancos de dados, sites e conteúdos para redes sociais são exemplos de projetos de extroversão de acervos.


Contrate profissionais especializados


Cada uma dessas atividades precisa ser desenvolvida com técnicas e metodologias específicas. Muitas vezes, é necessário acionar uma equipe multidisciplinar que combine competências diversas.


Para isso, contar com profissionais especializados ou empresas de consultoria na área de memória organizacional é fundamental. Elas poderão definir o escopo de trabalho de acordo com os objetivos de cada organização e formar uma equipe coerente com as necessidades do projeto. Se despertou interesse em realizar um projeto de memória organizacional, conte com a experiência da Raiz Projetos e Pesquisas de História.




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