Resguardar histórias por meio da organização e extroversão de acervos subsidia desde o marketing esportivo até a construção de identidade e reputação
A memória do esporte é um ativo estratégico poderoso para clubes e personalidades, por proporcionar a preservação das histórias por meio da organização e extroversão de acervos históricos. Essa prática não apenas subsidia o marketing esportivo, mas também contribui para a construção de identidade e da boa imagem.
Neste artigo, você vai saber como a memória do esporte se relaciona com a memória organizacional e vai entender a importância de preservar e compartilhar as experiências acumuladas ao longo da história de uma instituição esportiva. Além disso, vai conhecer os diferentes tipos de instituições esportivas que podem se beneficiar de projetos de memória e descobrir exemplos de times, federações, academias e personalidades do esporte que já desenvolvem trabalhos nesse sentido.
Mais do que simplesmente homenagear conquistas passadas, preservar a memória esportiva é uma forma de inspirar a inovação e promover um sentimento de pertencimento na comunidade esportiva. Se você tem interesse no assunto, continue a leitura.
Memória do esporte e memória organizacional
A memória organizacional é o conjunto de conhecimentos e experiências acumuladas por uma organização ao longo de sua história. Essas informações, dados e imagens, uma vez que estejam organizados e disponíveis para uso, beneficiam o funcionamento, as decisões e a cultura da instituição, facilitando a inovação e fortalecendo a sua identidade.
Quando o assunto é esporte, alguns dos tipos de instituições que podem desenvolver projetos de memória são:
Times esportivos: profissionais, amadores e de base, de diferentes modalidades esportivas. É o caso da sala de troféus da Sociedade Esportiva Palmeiras que fica dentro do Allianz Parque em São Paulo (SP), do Memorial e do Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube, localizado no estádio do clube, no bairro do Morumbi, também na cidade de São Paulo ou do Arquivo Histórico do Sport Club Internacional, que funciona dentro do Estádio Beira Rio, em Porto Alegre (RS).
Federações e ligas: organizações que supervisionam e regulam esportes em níveis regionais, nacionais e internacionais. A National Basketball Association (NBA), é a principal liga de basquete profissional da América do Norte e conta com diversas iniciativas de exposições temporárias que exploram sua história. Em Gramado, no Rio Grande do Sul, o NBA Park, conta com um museu entre suas atrações.
Clubes privados e públicos: locais que oferecem atividades sociais, recreativas e esportivas. O Centro Pró Memória Hans Nobiling, do Clube Pinheiros, na cidade de São Paulo, ou o Centro de Memória do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte (MG), são dois projetos de memória institucional de clubes privados.
Academias: de musculação, de dança, de artes marciais, de crossfit, pilates. As academias Gracie de Jiu-Jitsu narram a história nos sites das suas filiais.
Organizações comunitárias: escolas e organizações esportivas comunitárias. O Hall da Fama do Basquete de Indiana foi criado em 1962 e hoje conta com uma instalação de 14 mil m², que abriga a história do basquete da Indiana High School.
Personalidades: atletas, ex-atletas, treinadores, comentaristas e narradores. No Museu Pelé, em Santos, é possível conhecer a história do Rei do Futebol e estar frente a frente com documentos históricos do acervo pessoal do maior ídolo mundial deste esporte.
Governos e países: cujas modalidades esportivas se associam à identidade da nação ou quando um evento esportivo é sediado no país. É o caso do Museu do Futebol, que conta a história desta modalidade esportiva, associada à brasilidade. O museu fica dentro do estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP) e uniu o governo e iniciativa privada na sua concepção e gestão. Exposições históricas relacionadas à Olimpíada e Copa do Mundo também são comuns nas cidades e países sede.
Empresas: de marcas esportivas, de produtos para o esporte ou de marcas que se associaram ao esporte de alguma forma. O Nike Archives, em Portland (EUA), é um exemplo de projeto de memória do esporte vinculada a uma marca. O Nestlé Centro de Memória é outro exemplo, porque guarda a documentação histórica dos times de vôlei e basquete cujas marcas da empresa estiveram associadas.
As iniciativas de preservação da memória esportiva podem salvaguardar informações sobre técnicas, mas também aspectos culturais, históricos e emocionais que moldam as identidades no mundo do esporte. Os recordes históricos, as tradições e rivalidades entre equipes, estratégias que se mostraram eficazes no passado e até mesmo lendas e histórias que inspiram atletas, torcedores e fãs, podem orientar o comportamento futuro, inspirando inovação e promovendo um senso de pertencimento da comunidade.
História, identidade e reputação de instituições esportivas e personalidades
Para as instituições esportivas e para personalidades do esporte, os projetos de memória dão respaldo para a comunicação de suas conquistas e de sua história. Ter um acervo histórico organizado e investir em projetos de extroversão desses acervos - como publicações, exposições, museus, conteúdo em redes sociais, vídeos institucionais e documentais - subsidia a construção e o reforço da identidade, da cultura e dos valores de uma instituição esportiva ou de uma marca de produtos esportivos. Essas atividades auxiliam no seu posicionamento e nas estratégias de atuação para todas as ações subsequentes.
Além disso, projetos de memória podem fortalecer a reputação de atletas, repórteres, comentaristas e técnicos com base na trajetória de sua carreira e nas suas contribuições para o país ou time defendido, para o esporte praticado ou para os torcedores e fãs que acompanharam seus trabalhos.
As instituições esportivas estão inseridas em um contexto histórico e cultural. Portanto, ao preservar e zelar pela sua história, cuidam também da memória das comunidades a elas atreladas. Um exemplo disso é o Clube Hebraica, fundado em 1953 na cidade de São Paulo, que se destaca como um significativo centro comunitário de formação e convívio da cultura judaica no Brasil. O Esporte Clube Sírio, fundado em 1917 a partir de uma festa que reunia imigrantes sírios e libaneses, é outro exemplo.
A memória institucional não só conta a história, mas também constrói a imagem das instituições esportivas e personalidades do esporte, adicionando um valor significativo à marca perante seus stakeholders.
Memória organizacional e marketing esportivo
As atividades dos projetos de memória organizacional em instituições esportivas ou em acervos pessoais de personalidades vinculadas ao esporte podem ser distribuídas em três grandes blocos:
Organização de acervos: etapa em que a documentação histórica de uma personalidade do esporte ou de uma instituição esportiva é recolhida, higienizada, classificada, catalogada, acondicionada e digitalizada.
Extroversão de acervos: etapa em que produtos de divulgação do acervo organizado são planejados e desenvolvidos. Esses produtos podem ter diversos formatos, tais como filmes, publicações, exposições, museus, brindes.
Pesquisas sócio-históricas: etapa de investigação qualitativa que relaciona um tema específico - um atleta, uma instituição, uma modalidade - com os contextos mais amplos no qual sua atuação se deu e se dá. Neste conjunto de atividades, é preciso desenvolver pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e coleta de memória oral. As pesquisas podem ser um projeto independente, além de subsidiar a organização e a extroversão do acervo.
A Raiz Projetos e Pesquisas de História já desenvolveu duas pesquisas sócio-históricas centradas no esporte. Uma delas, parte de um projeto maior em parceria com a Apoema Pesquisa, chamada Quem Torce Também Joga, abordou a relação do torcedor brasileiro com a Copa do Mundo.
O segundo estudo, criado durante as Olimpíadas, explora a história do esporte no Brasil com ênfase nos atletas brasileiros. O objetivo era fornecer a uma marca de roupas esportivas uma compreensão mais profunda do legado histórico dos atletas nacionais, a fim de enriquecer suas estratégias de marketing esportivo relacionadas a esses ícones do esporte. Nesse estudo também foram analisadas as primeiras iniciativas de marketing esportivo, como os stands da Coca-Cola nos Jogos Olímpicos de Amsterdã em 1928, que inaugurou uma tradição que vincula a marca às Olimpíadas até hoje.
A documentação histórica organizada e disponibilizada é uma ferramenta de gestão estratégica para a instituição, uma vez que subsidia os trabalhos das mais diversas áreas oferecendo dados, informações e imagens para diferentes áreas como recursos humanos (RH), a comunicação interna, o jurídico, eventos, imprensa e marketing.
O acervo proporciona a geração ilimitada de conteúdo e serve de base para pesquisas e insights para criação de campanhas, produtos e serviços para os mais diversos públicos: colaboradores, sócios, torcedores, fãs, investidores e patrocinadores.
Além do mais, a relação das pessoas com o esporte, com os atletas, com os narradores e comentaristas, com os clubes e times, é extremamente emocional, e o conteúdo de acervo histórico serve de gatilho para despertar a memória afetiva e gerar vínculo e interação.
No site do Centro de Memória do Minas Tênis Clube há um espaço para pesquisar no acervo e um dos botões disponíveis é “buscar por mim no acervo”. Com ele, é possível, em apenas um clique, obter informações do acervo sobre a própria pessoa logada. Resguardar a história do clube também é guardar as memórias das pessoas que dele fizeram parte.
Os centros de memória são o produto mais aprimorado dos projetos de memória organizacional porque além de congregar estes três conjuntos de serviços, são espaços de reflexão sobre a trajetória da instituição e também de proposição de novos usos para os conhecimentos frutos dessa reflexão.
Especialistas em projetos de memória do esporte
Iniciativas de memória organizacional de instituições vinculadas ao esporte, a organização de acervos pessoais de atletas e outras personalidades esportivas e implantação de centros de memória são projetos complexos, que exigem interdisciplinaridade, equipes de profissionais com talentos, técnicas e habilidades múltiplas e experiência para definir escopo e método dentro dos prazos e dos orçamentos de cada cliente.
Empresas especializadas nesse tipo de trabalho podem fazer a diferença para que os objetivos de cada projeto sejam alcançados. Para começar, entre em contato com a equipe da Raiz e agende uma reunião!
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