Construa uma campanha estratégica e consistente com pesquisa e organização de acervos

A memória institucional é uma ferramenta poderosa para construir campanhas políticas bem planejadas e coerentes. Ela envolve o cuidado e a preservação da história e do conhecimento acumulado por uma instituição ao longo do tempo, com o objetivo de impulsionar seu crescimento e progresso futuros.
No contexto político, a pesquisa sócio-histórica e a organização e extroversão de acervos desempenham um papel crucial, por ser capaz de fortalecer a identidade e reputação dos partidos, dos políticos já em atuação e dos candidatos, o que contribui para estreitar os laços com o público e orientar ações futuras.
Neste artigo, você vai compreender a função da memória institucional para políticos e partidos, vai saber das vantagens para o marketing político de organizar acervos e desenvolver pesquisas sócio-históricas e vai conhecer alguns centros de memória que já desenvolvem trabalhos com esse foco. Além disso, você vai entender como a preservação da documentação histórica das instituições políticas não apenas reforça a identidade e a reputação delas, como assegura a transparência e a prestação de contas e também fortalece a democracia ao permitir uma análise crítica das políticas e práticas passadas.
Se você tem interesse no assunto, continue a leitura.
O que é e para que serve a memória institucional no âmbito da política
A memória institucional desempenha um papel crucial no contexto político, sendo fundamental para fortalecer a identidade e reputação de partidos, organizações governamentais e personalidades políticas, servindo também como uma ferramenta de gestão administrativa. Ela envolve a preservação e gestão da história e do conhecimento acumulado, impulsionando o crescimento e a transparência das instituições.
Os projetos de memória institucional são compostos por atividades como pesquisas sócio-históricas, organização de acervos e a extroversão desses acervos. Essas ações não só auxiliam na análise crítica do passado, mas também fortalecem a democracia ao preservar a documentação política e promover a responsabilidade social e histórica.
Um exemplo marcante desse esforço é o Memorial da Resistência em São Paulo, que fica no edifício que sediou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (DEOPS-SP) entre os anos de 1940 a 1983. Hoje, neste espaço se preserva as memórias da resistência e da repressão políticas do estado de São Paulo. O Memorial contribui significativamente para a memória política e a luta pela democracia no Brasil e desenvolve um projeto de memória institucional que resguarda os documentos sobre como a instituição vem abordando seus temas desde o início de suas atividades em 2009. A memóra institucional não apenas fortalece as instituições, mas também promove a conexão com cidadãos, eleitores, mídia e orienta ações futuras.

Qual a função da pesquisa sócio-histórica na política?
A pesquisa sócio-histórica combina conceitos e abordagens da sociologia e da história para investigar e compreender um escopo específico, como uma instituição, uma marca, um grupo social ou uma personalidade, e sua relação com contextos mais amplos. Ela busca examinar as transformações históricas das dinâmicas sociais, explorando as interações entre os aspectos políticos, econômicos e culturais em diferentes períodos.
Na política, a pesquisa sócio-histórica pode ser usada de várias maneiras, como no trabalho com reputação e identidade de instituições e de personalidades, no marketing político e no gerenciamento de crises.
Esse tipo de estudo é uma etapa crucial e complementar para a organização de acervos. Na esfera política, a pesquisa sócio-histórica atua como fio condutor para a organização de acervos pessoais de políticos ou de acervos institucionais de partidos políticos ou órgãos do governo. Por sua vez, a documentação organizada torna-se fonte para o desenvolvimento da pesquisa.
Marketing político
Resguardar a história de forma estruturada é imprescindível para diversos atores políticos, sejam eles partidos políticos, personalidades envolvidas com política ou ainda candidatos em campanhas, durante ou fora do período eleitoral. As estratégias políticas devem ser elaboradas com antecedência, visando a construção e a manutenção de uma imagem pública consistente e positiva.
A popularização da internet proporcionou às pessoas um acesso muito maior a informações e o surgimento das redes sociais estabeleceu uma ponte importante de comunicação entre políticos e eleitores. Com o estreitamento dessa relação possibilitado pelos canais digitais de comunicação, os políticos podem criar conteúdo próprio para disponibilizar ao seu público-alvo.
Nesse sentido, atualmente, o trabalho do marketing político também inclui divulgar feitos pessoais e profissionais, bem como a trajetória de vida dos políticos. Pautar-se em fatos, história e documentos que comprovem a veracidade das informações divulgadas é um diferencial relevante. Projetos de memória tem uma contribuição essencial nesse tipo de trabalho, fornecendo um respaldo histórico e factual para as mensagens políticas veiculadas. Assim, a construção de uma narrativa política autêntica e fundamentada se torna mais eficaz e confiável para o público.
Organização de acervos
Ter um acervo com fotografias, vídeos, notícias de revista e jornal, documentos comprobatórios organizados, digitalizados, facilmente e rapidamente disponíveis, auxilia o trabalho da equipe de comunicação durante a pré-campanha e campanha eleitoral, especialmente quando se está no auge de uma disputa, momento em que tudo é urgente.
Trabalhar com planejamento e antecedência na organização do acervo pessoal do candidato ou do acervo institucional do partido é fundamental para que a campanha política seja bem-sucedida e o foco esteja somente nas atividades essenciais e pontuais demandadas pelo calor do período eleitoral.
Durante a campanha, a imagem dos políticos e dos partidos é uma questão recorrente, e a documentação pode reforçar a identidade e a reputação que se quer passar para a mídia e para o eleitor.
Mesmo em períodos fora de eleição, o acervo organizado serve para subsidiar as atividades de planejamento de campanhas futuras, já que, além de ter à disposição uma gama de documentos para embasar a criação de conteúdo, a análise do acervo pode gerar insights.
Na política, é comum que surjam crises, que exigem respostas rápidas para reduzir os
impactos negativos e até reverter a situação. Para conduzi-las da melhor maneira, as equipes precisam ter acesso fácil à informação relacionada ao motivo da crise e aos marcos históricos da vida do político. É assim que as pessoas conseguem acessar rapidamente todos os dados e informações, bem como provas documentais de forma precisa para que possam trabalhar em uma estratégia de gerenciamento de crise.
Catalogar em banco de dados, identificar, digitalizar, acondicionar a documentação de políticos e de instituições políticas e governamentais são o caminho para assegurar um trabalho eficiente de comunicação em qualquer cenário político.
Extroversão de acervos
Além da divulgação de conteúdo que pode ser feita nos canais próprios - sites, redes sociais - e de subsidiar assessoria de imprensa e departamento jurídico, os acervos históricos de políticos, de partidos e governamentais podem ser extrovertidos em diversos formatos: Documentários, livros e outros tipos de publicação, espaços expositivos, museus e exposições virtuais.
A Fundação Fernando Henrique Cardoso extroverte seu acervo por meio de exposições virtuais temáticas. Algumas das exposições realizadas foram Um plano real, a história da estabilização do Brasil, Da arte de se fazer lembrar: presentes a um presidente e Somos muitos e diversos: participação e resistência indígena no Acervo FHC.

Os acervos também podem ser disponibilizados para o público geral por meio de bancos de dados hospedados na internet. O Centro Sérgio Buarque de Holanda (CSBH), vinculado à Fundação Perseu Abramo, é responsável pelo tratamento e disponibilização do acervo histórico do Partido dos Trabalhadores (PT). O banco de dados online conta com cerca de 50 mil registros, formado por um conjunto de fotografias e de cartazes, referências bibliográficas sobre o Partido e também a produção bibliográfica do CSBH.

Centro de memória
Os centros de memória são espaços dedicados à preservação, organização e extroversão da memória de uma instituição, de um grupo social ou de uma personalidade. É a partir de sua implantação que a engrenagem de resgate e ativação da história como recurso estratégico fica disponível de maneira consistente e cotidiana para as equipes que dela necessitam.
Além da guarda documental nas reservas técnicas, os centros de memória podem oferecer serviços de pesquisa e educação, promovendo o acesso ao acervo e incentivando o estudo e a reflexão sobre o passado.

Em dezembro de 2018, foi inaugurado o Centro de Memória Presidente Michel Temer, localizado na Faculdade de Direito de Itu, onde ele atuou como professor. Nele, estão guardados o acervo do ex-presidente, que reúne objetos doados, documentos de viagens, correspondências, mensagens, fotografias e presentes recebidos durante o seu mandato.

Para o desenvolvimento de pesquisas sócio-históricas, para projetos de organização e extroversão de acervos políticos e para a implantação de centros de memória, profissionais de várias áreas ou empresas especializadas são um diferencial na condução dos trabalhos, seja na consultoria e no planejamento, seja para a execução das atividades.
A Raiz Projetos e Pesquisas de História tem experiência em cada um desses serviços e conta com uma vasta rede de profissionais parceiros para atender a todas as etapas envolvidas nesses projetos. Entre em contato e saiba como podemos te ajudar.
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